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NO CÉREBRO DA CRIANÇA, AQUILO DO TICO E O TECO NÃO ESTÃO A ENTENDER-SE É MESMO CERTO!

Para entender como funciona uma criança, coisa que muitas vezes é difícil, especialmente quando não paramos para pensar no assunto pela nossa correria do dia a dia, podemos começar por entender como funciona o seu cérebro.

Mas espera ai… mas funciona como o nosso, não?

Ehh não, não funciona como o nosso!!

O Cérebro funciona assim, bom esta é a maneira simples:


Hemisfério direito: o das emoções

Hemisfério esquerdo: o do raciocínio.

Mas no caso das crianças, estes dois hemisférios não se conectam de imediato, este encontro precisa ser conduzido.

Na nossa sociedade somos treinados a resolver tudo usando palavras e lógica. Contudo quando uma criança de 5 anos fica furiosaaaa porque a mãe não lhe permitiu imitar o Homem Aranha estando a 6 metros de altura, acreditem pais que esse não será o melhor momento para explicar-lhe sobre as leis da física. Simplesmente ele não vai ouvir!

Quando uma criança está irritada, a lógica frequentemente não funcionará até que sejam atendidas as necessidades emocionais do cérebro direito.

A lógica não é a ferramenta que vai trazer sanidade a situação, que muitas vezes para nós, adultos, é absurda e ilógica. Pois esta criança genuinamente sente que a situação não é justa, que as suas reclamações são legítimas. Para ele estão a negar-lhe exercer a sua profissão, BRINCAR.

Ou seja, não importa o quanto os sentimentos dos pequenos pareçam sem sentido, ilógicos e frustrantes, são reais e importantes para eles. E quando os desvalorizamos… acontece que, fica ainda mais irritado e fechado, incapaz de expressar-se e no futuro desistirá de manifestar o que sente.

Então que podemos fazer?

  • Devemos apelar ao seu cérebro direito ao reconhecer e ao acolher os seus sentimentos.
    Exemplo: eu entendo como estás a sentir-te, acredito que tens motivos para estar triste, ou zangado.
  • Usar sinais não verbais como o toque físico: expressões faciais compreensivas, um tom de voz carinhoso, escuta imparcial, um pequeno toque nas costas.
  • Neste momento existe uma conexão entre o nosso cérebro direito e o deles, e quando tudo fica mais calmo é a altura em que começamos a conectar com o seu cérebro esquerdo. É ali que podemos então começar a explicar a nossa decisão lógica e falar-lhes do quanto queremos ser justos nas decisões que tomamos, mas usando frases específicas e assertivas. É neste ponto que podemos realizar perguntas certas com paciência e amor para que a criança, levemente, encontre algumas respostas e um novo caminho.

As vezes pode que, a criança, já tenha ultrapassado os limites, o ponto sem volta, e inevitavelmente o furacão de emoções vai explodir. E nesses casos, a conectar e redirecionar já não funcionam. Deixamos então a tempestade passar. Não querendo dizer com isto que vamos ser permissivos e deixar-lhe arrastar-se no chão ou atirar quanta coisa encontra na prateleira do supermercado. Nesse caso precisamos mesmo interromper o comportamento destrutivo, pois este não é tolerado. E depois sim, passar a conectar e redirecionar.

Não vale a pena tentar explicar-lhe lógica quando está nesse estado. Não é o melhor momento para ensinar-lhe lições!! (nem sequer os adultos conseguem racionar bem quando estão zangados e inconscientes). O seu cérebro esquerdo está completamente desligado! A criança estará recetiva quando o cérebro esquerdo fizer On/ligado de novo. E isso só acontece após se acalmar.

Quando o nosso filho esteja a afogar-se nas emoções do seu cérebro direito, a nossa reação terá de ser a de uma espécie de salva-vidas! O salva-vidas abraça a pessoa, como fazem os nossos braços ao abraçar as nossas crianças, e as ajudamos a aproximar-se da margem, antes de lhes dizer para não andar pendurados no teto a fazer de homem aranha, pois nadar muito longe tem consequências.

Assim, ele conseguirá manter-se acima da linha de água, evitará que pai e mãe sejam arrastados com ele para o fundo, e no futuro aprenderá a nadar sozinho e ser ele próprio o seu próprio salva-vidas.

Espero que seja de utilidade este artigo.

Abraços da Glam

Para ler mais sobre Educação Infantil e parentalidade podes encontrar no grupo de facebook:

Artigo inspirado no livro: O Cérebro da Criança, de Dr. Daniel Siegel e Tina P. Bryson.

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