Reencontra-te: 1 primeiro passo na direção certa.
Quando chegamos ao fim do ano, fica uma certa nostalgia do que vivemos… e a esperança cresce em relação ao futuro. Eu não fujo a regra e no final de ano fico melancólica.
Este ano desafiante e cheio de incertezas nesse futuro trouxe momentos de alegria, de frustração, de risos e de lágrimas, de aprendizagem, resiliência e de autoconhecimento, como uma montanha russa.
Passei muitos dias a pensar no porquê agora, porquê a mim? E muitas vezes esqueci de reviver e valorizar as conquistas passadas, até mesmo das pequenas conquistas do dia-a-dia.
Viver assim, é viver numa espécie de piloto automático que rouba-nos os momentos belos do presente e os transforma em vazio. Passou já? Quando fiz isso? Afinal nem tinha visto aquilo! Já é Natal? Mas quando é que isto aconteceu! Como cresceram as meninas! Já viste que mudou de feições?
É muito fácil passarmos ao estado de letargia e, tal e qual um zombie, caminhamos detrás de uma pressa, sem saber exatamente qual é!. Seguir a corrente que nós leva, sem vontade de questionar se é o nosso propósito ou se é o de mais alguém. As vezes seguimos regras ambíguas do que deve ser e lá vamos nós ficando na nossa zona de conforto sem perguntar sequer o motivo. Costumam ser, porque deve ser assim, devo trabalhar, devo ser a melhor mãe, devo ser a melhor mulher e esposa, o melhor funcionário, sou o homem que não chora, sou o sustento da família e melhor seguro que sonhar. No final ficamos cansados do nada, de não sentir que é nosso. A sensação é frustrante e de tristeza, como de vazio.
Ou aquele estado oposto em que não paramos de ouvir a nossa mente tagarela que só aponta deveres e tarefas no calendário, que acabas por não cumprir na totalidade. Uma exigência constante da nossa mente que só repete: não é suficiente, faz mais, ainda não fizeste tudo, dá mais!
O problema é que a nossa mente conversadora está carregada de informação recolhida de fora, que aponta em várias direções. Mas qual é a certa? Todas? Nenhuma? Haverá uma para mim? Provavelmente sim. Mas até descobrirmos ficamos cansados deste tira e encolhe de nunca é suficiente, não estou a dar o meu melhor, e muitas vezes é porque comparamos o nosso caminho com o de outras pessoas. Ficamos sem tempo para apreciar as pequenas conquistas do dia-a-dia ou até de lembrar as conquistas passadas., porque as do outro são mais valiosas.
PARA! Sim, para! Para Reencontrar-te.
Chegamos a um ponto em que devemos parar e dizer: Espera, mas quem és tu? onde estas e como chegaste até aqui? para onde queres ir? Pois já escalaste montanhas escarpadas e nadaste em águas profundas e lamacentas e voaste entre céus luminosos e entraste em vales verdejantes. Mas aqui estás, no mesmo sítio de partida. Como é que isto acontece?
Acontece quando se perde o mais importante de tudo: o teu EU.
Ele simplesmente está escondido, deixaste de ouvi-lo algures quando a tua vida mudou e porque por algum motivo a tua prioridade deixaste de ser tu. E começaste a mentir-te a dizer que estás bem e feliz assim.
Dizem que uma mentira não dura cem anos, ou que nada há oculto entre céu e terra. Mentir poderá resultar com outros mas mentir-te a ti própria(o) é bem mais complexo. Para de mentir-te a ti mesmo sobre quem tu és!!
Algumas vez paraste, sacudiste a cabeça em sinal de reprovação e disseste: eu já não me reconheço? Eu já, várias vezes.
O meu EU ficou perdido na culpabilidade, ficou perdido entre a correria, entre o dever, entre as quedas e as desilusões. Entre ser uma mãe consciente, uma boa esposa, uma profissional de sucesso. Mas eu? Fiquei onde?
Deixei de pegar o meu EU ao colo, de o mimar, de dizer-lhe que o amo, de falar-lhe baixinho no ouvido e dizer-lhe que sou suficiente, eu amo-me, eu respeito-me, eu perdoou-me, eu permito-me ser, eu compreendo-me, eu aceito-me, eu abraço o que sou com defeitos e virtudes, com conquistas e batalhas perdidas.
Comecei a mentir-me e a dizer que estava tudo bem, que a vida é assim mesmo e não podemos ter tudo o que desejamos. Como que não?
Reencontrar-te é desafiante. Mas quando decides fazê-lo não há como virar-lhe costas. Quando fala o teu EU ele não quer voltar a estrar dentro da caixa. Vais redescobrindo que és um ser maravilhoso, que tens semeado mais do que pensas, que és merecedor e que mesmo das batalhas perdidas ficou a aprendizagem. Tudo é ganho!
Parece impossível? Não é… calma. Para, procura-te, sente-te, perdoa-te, ama-te mais um bocadinho, abraça-te. Um passo de cada vez. Alimenta-te de dentro para fora com bons pensamentos. És a mãe ou o pai que cuida do seu bebé: o teu bebé vive dentro de ti, alimenta-o do que faz bem, do que lhe(te) faz feliz.
Reencontrar-te é o primeiro passo duma caminhada em direção a tua autodescoberta, verás o maravilhoso que é o caminho. De forma consciente irás reparar no belo ser humano que és e que podes ser. Para seres o melhor ser que podes ser.
Vamos dar o primeiro passo. Com amor, com paciência, com compaixão e empatia por ti própria(o).
Eu estou aqui. Tu estas aqui. E somos um para todos.
Deixo-te aqui um vídeo que pode ajudar-te a dar este primeiro passo.
Eu estou aqui. Tu estas aqui. E somos um para todos.
Beijinho da Glam.